A Lagoa do Violão fica no centro da cidade e próxima ao mar, e por lá você pode contemplar um pôr do sol de tirar o fôlego, conhecer as tartarugas que ali residem, bem como lontras, peixes e pássaros que fazem dali seu habitat natural.
A Lagoa do Violão é muito procurada por turistas e moradores para passar finais de tarde, ou tomar um bom chimarrão em seus momentos de lazer.
Com a urbanização, novos empreendimentos foram sendo construídos ao redor, bem como uma nova praça foi recebendo total infraestrutura esportiva e desportiva.
Seu nome é justificado pela famosa lenda de conhecimento popular:
Ela começa com o naufrágio de um antigo navio espanhol, na Ilha dos Lobos em frente à Praia Grande. Quando a forma como o único sobrevivente encontrou para chegar até a areia, foi usar o seu inseparável violão como boia.
Encontrado quase sem vida pelo chefe da tribo que habitava o lugar, onde séculos depois seria erguida a Praia da Cal, o espanhol foi acolhido pelos índios e passou a conviver com eles. E a encantá-los com sua música.
Não se sabe qual era o nome deste cantor, mas sua nova comunidade o chamou de Puiara, que em tupi-guarani significa o dono da música.
E com esta propriedade especial, fez com que muitos se apaixonassem fervorosamente por ele. Inclusive uma bela jovem de nome Ocarapoti, que quer dizer flor silvestre, filha do todo poderoso cacique. E o pai da moça, ao perceber que o feitiço do homem que sobrevivera à fúria do mar, estava contaminando a todos e lhe trazendo grande poder, decidiu que algo precisava ser feito.
A morte do tocador de viola foi então decretada pelo chefe, com direito a cremação e as suas cinzas transformadas em uma pasta ingerida por todos. Pois acreditava-se que seu dom poderia assim ser distribuído para a felicidade geral da tribo. Mas Ocarapoti não se conformou, e junto com o violão do amado se refugiou em cima do morro que um dia receberia um farol. E até o fim dos seus dias, derramou dolorosas lágrimas sobre a planície.
E tantas e tão apaixonadas foram, que formaram uma lagoa no formato do instrumento que tanto tocara o seu coração, e de muitos outros da sua comunidade…
Mas o tempo passou. E vieram os prédios com seus apartamentos, os pedalinhos com seus veranistas e muitos outros violões com novas canções. E as águas seguiram ali como prova do amor da bela Ocarapoti por Puiara, o encantador espanhol que sobreviveu a uma tragédia no mar, mas foi engolido pela tribo de sua amada…